sexta-feira, 6 de junho de 2008

MONUMENTOS VERNACULARES

Monumentos vernaculares


Leis, verdades abstratas,
Demagogia exasperada,
No sofrer cotidiano do ser.

Constituições, estatutos, regimentos.
Ilhas de fingimento,
De uma verdade não compartilhada.

Cartas, hinos, documentos.
Monumentos vernaculares,
Que embelezam parlamentos
E palácios seculares.

Na pratica o vazio sereno.
Letras, palavras, frases e textos.
Pode até haver belos termos.
Contudo, em nada amenizam o contexto,
Das ações almejadas

A fome corrói, a sede destrói.
Esperanças vilipêndiadas.

A justiça é injusta!
Inocente na cadeia,
Colarinho branco, passeia.

Solução! Meses ou anos em vão.
Dignidade! Só se tiver notoriedade.
Na sociedade do mensalão,
Liberdade nem sempre é fruto
Da verdade.

Emendas são feitas se a lei
A eles não parece perfeita.
Entre o contribuinte e o constituinte,
Abre – se um abismo discrepante.

Valer o quanto tem, viver aquém do bem,
É este o fado traiçoeiro, o destino certeiro
Do cidadão brasileiro.

06 / 01 / 06
IVAN SANTANA

Um comentário:

Grazielles disse...

Ivan Santana, Meu filho, só vc mesmo pra fazer um assunto tão sério em rima!
Adorei... vou lendo os textos aos poucos e comentando (sabia que existia um poeta por trás desse forrozeiro)

:***