quinta-feira, 17 de novembro de 2011

SELVAGEM

SELVAGEM E IRRACIONAL,
ELA CAUSA A PRÓPRIA DOR
O MEDO LHE IMPULSIONA AO ABISMO
SUA ESSÊNCIA BUSCA A LIBERDADE
QUE NEM SABE ONDE DEIXOU
NA VERDADE NUNCA TEVE.
SEMPRE ESTEVE LIMITADA, CERCADA
AGORA TORNOU-SE BARREIRA
CAUSOU INCÔMODO, E POR POUCO
NÃO CAUSOU MAIS DOR
LOGO ELA, QUE SÓ QUERIA A LIBERDADE
TEVE, NO MEIO DO ASFALTO,
O COMEÇO DO SEU FIM.
SANGUE, DOR, RESPIRAÇÃO OFEGANTE,
ASSUSTADA, ACUADA, AINDA MAIS LIMITADA,
POBRE ÉGUA ABANDONADA...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Seres noturnos



Seres que veneram a noite,
Vivem em alcovas enfurnados,
Sentindo em seus corpos cada açoite
Assim, rastejando já não são abençoados.
Vermes, que o amor desejam,
O amor, porém de tais seres zomba
E a vida em vilempediados os transforma,
Sentem-se na trepidação da corda bamba
E todas as sensações sonham alcançar
Vermes tolos não querem da vida desistir
E rompem a noite na ânsia louca de amar
E na incessante busca do sentir:
Clamam, sofrem e choram sem cessar
Porém, de suas próprias alcovas,
Nunca serão capazes de escapar.

(escrito em 2004)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Recepção

Receber a informação do texto
Dar-lhe emoção com seu contexto
Esse é o papel do leitor
Que ao ler age como ator.

Colocar no texto a própria história
Traçar novos rumos para o literário,
Quem ler pode mudar o itinerário
Do que foi pensado pelo dono da memória.

As leituras de mundo, as informações acerca do discurso
Trazem o novo envolvido pelo velho sentido
E o que para muitos mantinha o mesmo percurso
Agora nova estética revela, é o novo texto permitido.

Independente do estilo literário aplicado
Quem escreve perde o controle sobre o que cria
Assim como filhos que os pais pensam ter orientado
O texto pelo mundo viaja e aonde chega se recria.

A beleza está nos olhos de quem ver
Já diziam os velhos sábios de outros tempos
Não adiante querer o futuro prever
Pois, é o humano fruto dos contratempos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Na câmara ou na cama

NO MUNDO EM QUE VIVEMOS
NEM SEMPRE ESCOLHEMOS
O LUGAR ONDE NASCER
OU A FAMILIA QUE VAMOS TER.

MAS, MUITAS COISAS NOS É PERMITIDO
PODEMOS SIM, DAR SENTIDO
DIRECIONAR E ABRIR CAMINHOS
OPÇÕES QUE SÃO DADAS APÓS SAIR DOS NINHOS.

E BOM É SABER COM TUDO ISSO
CRIAR E CULTIVAR NOVOS SENTIDOS
SENTIMENTOS QUE GERAM COMPROMISSO
COM CADA PESSOA QUE FICAMOS ENVOLVIDOS.

E O MUNDO ESTÁ AI O TEMPO TODO A OFERECER
POR MAIS QUE ALGUMAS PESSOAS NÃO QUEIRAM VER
COMPROMISSOS TEMOS COM TODOS DESDE O NASCER
DA SOCIEDADE FAZER PARTE, TRAZ A NECESSIDADE DE CONVIVER.

CONVIVER, VIVER COM AS DIFERENÇAS, MANTENDO A DIGNIDADE
ISSO SE TORNA AINDA MAIS PRECISO PARA OS QUE TEM NOTORIEDADE
NÃO ADIANTA QUERER MANIPULAR, ACHAR QUE NÃO É PERCEBIDO
NA CÂMARA OU NA CAMA, SENTIMENTO SINCERO É PRECISO SER MANTIDO.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Paredes da ilusão

Eles dizem que querem aprender
Mas, parecem estar perdidos
Esperamos fazê-los encontrar sentidos
Diante da diversidade são levados a fazer.

Fazer o que? Por quê? Para quem?
Mentes controladas agem como zumbis
Se o “bom caminho” lhes é mostrado
Podem até não ter destinos alterados.

A flexibilização das relações
Faz surgir livres descendentes,
Estes de tão livres não sabem aonde ir
Não há um objetivo a seguir
Não há regras a cumprir
Subordinar torna-se fácil ato
Já que percurso não há de fato.

A era dos desejos traz o medo
Andar na tênue ponte entre abismos
Torna-se ação natural do ser
Mesmo para os que penetram suas garras
Nas paredes da ilusão.
Constatação: desejo+liberdade=medo (insegurança).

All right

I wanna be everything
I wanna be nothing
I just need you on me
If I have you in my life
Everything is gonna be all right
But, where are you?
I don’t know, I can’t answer it
So, I have to believe you are somewhere.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fernando Pessoa

Fernando nome de pessoa
Onde dentro de si não apenas um
Mas vários, ganharam vida
Vida plena e produtiva
Pagã, niilista, estóica, atomista e ocultista
Modernista e clássico.
Ser que em 47 anos vividos
Trouxe consigo um mundo literário
De Chevalier de Pas, aos seis anos
Passando por Reis, Caeiro e Campos
Entre outros tantos
Inovou na criação dos heterônimos.
Quem não perde o fôlego?
Ao ler “Autopsicografia”
Quem não viaja dentro de si?
Ao ler suas poesias.
Deve no Olimpo hoje repousar
Pois se disse através de Reis
Ser Cristo o Deus triste
Ele que pela vida tão grandiosamente passou
Não menos Deus se tornou
Pois uma nova seita fundou
Sempre em busca se essência do ser
Do que nos leva ao prazer
Do que nos faz permanecer
Nesta vida de loucos sem o ser
Assim podemos um pouco sentir e viajar
Na pessoa de Fernando
Com Fernando e suas pessoas.