quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Disparidades

Leis sobrenaturais buscam
Integrar-se a vidas reais,
Cidadãos incompreendidos negam
Os supra-sentidos imateriais.

A justiça injusta busca a cura
Mas a sociedade está maculada,
E a cura que já passou pela tortura,
Hoje é momentaneamente questionada.

Questionamentos intermitentes induzem
Soluções ineficientes aos nobres populares
Que por não conhecer, humildemente se satisfazem.

A ideologia dos desfavorecidos forma patamares,
Pois as hierarquias financeiras a poucos trazem
A tão esperada solução que só alcança os cadáveres.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ser eminente

A mudança iminente se faz necessária,
O ser eminente precisa manter-se no seu patamar,
O fluir dos acontecimentos o torna flexível para retificar suas posturas,
Ele intende constantemente seu ato reflexivo,
Para absolver-se das correntes de sua alma,
Absorvendo busca manter-se,
Que é mais difícil que tornar-se;
Começa a entender o que o fez emergir nas águas de sua vida
Imergindo nos poros de sua essência.
Assim, fruirá da transitoriedade da existência,
Trafegando por novos caminhos
Ele agora ratifica com firmeza
Os atos que o colocaram em tal patamar.

sábado, 9 de maio de 2009

Poesia

Magia sombria
Que irradia
Todos os meus dias
Dias de dor e calor,
Dias de prazer e frio,
Dias sem fim,
Sedimentados com palavras.
Safra colhida no enegrecer
De cada ciclo terreno.
Poderia haver ardor?
Poderia haver amor?
Mas há apenas fantasia
Despida de pudor
Trajando ousadia
E inspirando o que é em si,
A mais límpida
Contudo, impura
Poesia.

Seres amáveis

Sorrisos efêmeros, carinho constante.
Em seus olhares tudo pode ser visto.
Quanta esperança, quantos sonhos, quanta magia.
O toque arisco é inesquecível,
O olhar confiante, é chuva em terra árida.
Vivacidade, energia, vibração.
Sensações instantâneas, ações momentâneas.
Objetivadas pelo cerne humano.
Por quanto manterás este agridoce sabor?
Quão bom foi sentir este frescor,
Pureza desmedida, natureza em plenitude.
Correr, sorrir, beijar, abraçar, acariciar;
Toda a ação gerando amor, todo amor
Gerado por tão doces seres amáveis.
Quão triste seria o mundo sem tais seres.

Tempo

Tempo...
Tempo de alegria,
Tempo de sofrimento,
Vamos viver cada momento.

Tempo gasto com trabalho,
Tempo gasto com sentimentalismos,
Vamos amenizar ideologismos.

Tempo para amar,
Tempo para odiar,
Contextos vamos analisar.

Relativizando o tempo
Chegaremos a um ponto ameno
Para equilibrar sentidos e momentos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ESSÊNCIA PETRIFICADA

Viver em meio às pedras
É de certo modo um privilégio,
Mesmo se as pedras não são
Do mais puro minério.

Está em dias atuais, ileso a seus arranhões
É imensamente impossível.
Estas pedras foram os traços distintivos
Da carne da minha alma.

Se neste instante, sou o que sou
É este o fato culminante por ter eu
Sido abraçado, apertado e acolhido
No calor frio e morno dessas pedras apertadas.

Sob o sol e o céu, sobre poeira e pedras,
Percorro caminhos e estradas,
Giro meu mundo deformado e deturpado,
Mas ao fim de tudo, É aqui que aterriso
Nas minhas pedras apertadas,
No meu “Apertado de pedras”.

Em meio às pacatas vidas incansáveis,
Sinto a luz do sol penetrar em meus poros,
Calor ameno que chama seu complemento,
À noite; latidos, zunidos, uivos e silêncios;
Fazem companhia às minhas viagens imóveis.

Dia e noite, luz e escuridão
Toda essa imensidão.
Nutre a alma ferida porém, cicatrizada.

Do ser pedrense que se sente
Imune no cume de suas estabilidade
Momentânea, só por estar em meio
As minhas pedras apertadas,
No meu “Apertado de Pedras”.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Êxtase

Alma nua,
Carne crua,
Minha língua na sua.

Sexo ao avesso,
Reverso do desejo,
Gozo do beijo.

Gosto quando te vejo
Na cama pelo espelho,
Nossos corpos ladeados
No afã do êxtase outrora almejado.