segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ESSÊNCIA PETRIFICADA

Viver em meio às pedras
É de certo modo um privilégio,
Mesmo se as pedras não são
Do mais puro minério.

Está em dias atuais, ileso a seus arranhões
É imensamente impossível.
Estas pedras foram os traços distintivos
Da carne da minha alma.

Se neste instante, sou o que sou
É este o fato culminante por ter eu
Sido abraçado, apertado e acolhido
No calor frio e morno dessas pedras apertadas.

Sob o sol e o céu, sobre poeira e pedras,
Percorro caminhos e estradas,
Giro meu mundo deformado e deturpado,
Mas ao fim de tudo, É aqui que aterriso
Nas minhas pedras apertadas,
No meu “Apertado de pedras”.

Em meio às pacatas vidas incansáveis,
Sinto a luz do sol penetrar em meus poros,
Calor ameno que chama seu complemento,
À noite; latidos, zunidos, uivos e silêncios;
Fazem companhia às minhas viagens imóveis.

Dia e noite, luz e escuridão
Toda essa imensidão.
Nutre a alma ferida porém, cicatrizada.

Do ser pedrense que se sente
Imune no cume de suas estabilidade
Momentânea, só por estar em meio
As minhas pedras apertadas,
No meu “Apertado de Pedras”.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Êxtase

Alma nua,
Carne crua,
Minha língua na sua.

Sexo ao avesso,
Reverso do desejo,
Gozo do beijo.

Gosto quando te vejo
Na cama pelo espelho,
Nossos corpos ladeados
No afã do êxtase outrora almejado.