quinta-feira, 12 de junho de 2008

SEQUÊNCIA DO ATO

Chegou.
Olhou.
Pensou?
Agiu.
Fingiu?
Sentiu?
Tocou.
Amou?
Calou.
Pediu.
Curtiu?
Partiu.
Voltará?
Tocará?
Amará?
Saber? Nunca.
Sonhar? Sempre.

25/02/06
IVAN SANTANA

DISPARIDADES

Leis sobrenaturais buscam
Integrar-se a vidas reais,
Cidadãos incompreendidos negam
Os supra-sentidos imateriais.

A justiça injusta busca a cura
Mas a sociedade está maculada,
E a cura que já passou pela tortura,
Hoje é momentaneamente questionada.

Questionamentos intermitentes induzem
Soluções ineficientes aos nobres populares
Que por não conhecer, humildemente se satisfazem.

A ideologia dos desfavorecidos forma patamares,
Pois as hierarquias financeiras a poucos trazem,
A tão esperada solução, que só alcança os cadáveres.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

MONUMENTOS VERNACULARES

Monumentos vernaculares


Leis, verdades abstratas,
Demagogia exasperada,
No sofrer cotidiano do ser.

Constituições, estatutos, regimentos.
Ilhas de fingimento,
De uma verdade não compartilhada.

Cartas, hinos, documentos.
Monumentos vernaculares,
Que embelezam parlamentos
E palácios seculares.

Na pratica o vazio sereno.
Letras, palavras, frases e textos.
Pode até haver belos termos.
Contudo, em nada amenizam o contexto,
Das ações almejadas

A fome corrói, a sede destrói.
Esperanças vilipêndiadas.

A justiça é injusta!
Inocente na cadeia,
Colarinho branco, passeia.

Solução! Meses ou anos em vão.
Dignidade! Só se tiver notoriedade.
Na sociedade do mensalão,
Liberdade nem sempre é fruto
Da verdade.

Emendas são feitas se a lei
A eles não parece perfeita.
Entre o contribuinte e o constituinte,
Abre – se um abismo discrepante.

Valer o quanto tem, viver aquém do bem,
É este o fado traiçoeiro, o destino certeiro
Do cidadão brasileiro.

06 / 01 / 06
IVAN SANTANA

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Fugacidade

Fugacidade

Controlar impulsos,
Cortar os pulsos.
Viver à sombra,
Vestir o obsoleto de novo,
Mar revolto,
Sentidos abstratos,
Movimentos fracos,
Fortaleza aparente,
Fragilidade presente,
Tudo é incoerente,
Mentes ausentes,
Corpos dementes
Fugacidade
Irrealidade,
Foi-se à veracidade,
Inverdades
Malditos,
Possuídas
Contudo
Idas.

12/02/05
Ivan Santana.

domingo, 1 de junho de 2008

REPÚBLICA DE PORTA-RETRATO

Na nossa história
Há muita poluição
Filhos da discórdia
Órfãos da misericórdia.

Tudo impuro, emerge desde a colonização
D. joãos, D. Pedros, infantes farsantes
Ludibriaram a nossa nação.

História sem memória
Memória sem glória
Miséria, tragédia, exploração.

Vidas contidas, mentes subordinadas
Assim é a subvida de uma população

Império nunca de fato
República de porta-retrato,
Ditadura aviltante até no trato,
Frutos da não politização.

Bossa nova, tropicália, festival da canção
Geração coca-cola, rock pop, filhos da revolução
Infrutíferas tentativas
Batalhas falsamente vencidas.

Chegamos na geração mensalão
Sem rumo, sem prumo, pura ilusão
Dólar na cueca, cara de pateta
É assim que eles vislumbram o cidadão.

Desilusão, hipocrisia,quanto fantasia
O que há de fato é comodismo
Viabilizando o modismo da corrupção.

O salário é mínimo,
A desconstituição é máxima,
Soterram a dignidade democrática
Destroem a ideologia emblemática

Agora, ritmos dançantes e frenéticos,
Embalam corpos despedidos e herméticos;
E então, quem trará a evolução?

Mentes não pensantes,
Corpos abundantes,
Herdeiros da massificação.

Precisamos despertar as margens plácidas,
Resgatar o povo heróico,
Da sonolência bitolante.

Precisamos ver de fato
A mãe gentil contente,
Porque ainda não raiou a liberdade
No horizonte;
Do país da república de porta-retrato,
Da ditadura aviltante até no trato.

IVAN SANTANA
27/11/05

POESIA POR MIM MESMO

Poesia

Magia sombria
Que irradia
Todos os meus dias
Dias de dor e calor,
Dias de prazer e frio,
Dias sem fim,
Sedimentados com palavras.
Safra colhida no enegrecer
De cada ciclo terreno.
Poderia haver ardor?
Poderia haver amor?
Mas há apenas fantasia
Despida de pudor
Trajando ousadia
E inspirando o que é em si,
A mais límpida
Contudo, impura
Poesia.

IVAN SANTANA